sábado, 8 de agosto de 2009

Um novo olhar para as telas orientais

Sempre fui fascinado por filmes de vampiros, mas creio que hoje no ano de 2008 eles morreram, o último bom filme de vampiro que assisti foi entrevista com o vampiro depois disso tornou-se uma mistura de Buffy com exterminador do futuro, desculpe, mas Dracula 2000, Blade, Vampiros de Jhon Carpenter etc são muito ruins, parece que Peter Murphy estava certo: Bela Lugosi´s dead. Os atuais filmes de suspenses, com raras exceções já não me atraem como antigamente, aparece 1 ou 2 por ano, o cinema europeu ainda me atrai muito, mas de 2 anos para cá estou muito absorvido com o cinema asiático. Minha namorada não gosta, assim como muitos ela insiste erroneamente na comparação com o seriado do Jaspion e nos cafonas filmes de kung-fu. Mas eu não acho, pelo contrário, tornei-me um fã de carteirinha do cinema oriental, principalmente o de horror. Procurando um novo norte para minha bússola encontrei o cinema asiático, Talvez por curiosidade ou por ter uma atração enorme pelas mulheres orientais fui me apaixonando e perdendo o preconceito e mergulhei nas telas que refletem a alma oriental: Sensível, misterioso, muitas vezes até incompreensível para nós ocidentais, ele da um toque de sensibilidade no cinema que esta se afogando em efeitos especiais, enredos fúteis e dinheiro, muito dinheiro. Mas afinal, o que faz com que o cinema de terror oriental seja tão atraente para mim e para outros? Segundo os críticos de cinema, existe um alicerce místico. É que em nações onde o monoteísmo, como o Cristianismo, é forte, a confrontação entre o demônio e Deus torna-se o conflito essencial. Por isso, muitos filmes ocidentais são baseados em histórias de pessoas possuídas pelos demônios, como em “O Exorcista”. Já os orientais lidam com o sobrenatural de um modo diferente. No caso, os sobrenaturais seriam como os seres humanos, mesclando características boas e ruins. Ao mesmo tempo, entende-se que o sobrenatural simplesmente existe, e que ele não pode ser eliminado.

Assim, certos costumes que parecem exóticos ou superstições que não deveriam mais existir numa sociedade industrializada ocidental continuam sendo praticados pelos orientais. Por exemplo, tiras de papel com ideogramas nas portas das casas, senhoras que molham a calçada com um pouco de água e colocam pires com sal na porta... No cinema oriental, o sobrenatural nem sempre aparece em busca de vingança e pode aparecer sem ter um motivo muito claro. Já no ocidente, são vampiros, lobisomens, alienígenas ou psicopatas que personificam o mal, em geral, amputando, esmagando ou decapitando suas vítimas. Nesse caso, o público não sente exatamente medo, mas sim, uma seqüência de sustos. Muitas das histórias de terror do Japão foram escritas ou compiladas por um ocidental chamado Lafcadio Hearn, jornalista greco-irlandês, que residiu no Japão no final do século XIX, naturalizou-se e adotou o nome de Yakumo Koizumi. Do seu livro mais conhecido, “Kwaidan”, foi produzido em 1965, no Japão, um longa-metragem com o mesmo nome, e que foi o mais caro feito até então no País. A película, que demorou 10 anos para ser concluída, apresentou quatro episódios assustadores, mas belos, e foi um dos primeiros filmes a utilizar a idéia de terror que continua até hoje no cinema japonês. Com a maior difusão da cultura pop japonesa no ocidente, filmes como “Kwaidan” e “Jigoku” foram recentemente relançados no mercado ocidental, levando o público que se interessou por “Ringu”, “Ju-on” ou “Chakushin Ari”, a verificar as obras de arte produzidas no passado. Embora revestidos de modernidade e tecnologia, quase todos os filmes japoneses mais recentes continuam utilizando a fórmula tradicional, aquela onde o sobrenatural é diferente e assustador, mas ninguém procura persegui-lo e matá-lo.


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