segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Metropolis

Aquele que prevê é dono dos seus dias
(Goethe)




Concentrado, entretanto soturno,
Ele fita na altura do prédio,
Como um corvo em negror taciturno,
As desgraças humanas e o tédio

Ele espreita os violentos motores,
Os demônios com faces de ferro
E as tristezas sutis nos palores
Frios daqueles que morrem aos berros

E somente alguns anjos ousados
Atravessam o céu, e sem demora
Pelas lágrimas são derrubados
Entre sangue e esperanças simplórias

Os tormentos e a sede de fuga
Dos cadáveres sujos e algentes
São velados por lágrimas mudas
E tragados por maquinas quentes



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